segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

CRUZADA ELEITORAL (6)

De repente um passarinho me falou no ouvido e parei pra pensar:  dá pra acreditar na participação política do brasileiro, dá pra por fé na democracia resolvendo nossos problemas, quando se constata que sequer 23% dos filiados do PSDB compareceram às urnas pra votar no candidato do partido a prefeito de São Paulo?

São 27.000 filiados.  Se, desses que julgamos "politizados", ou "conscientes", porque se filiaram a um partido, compareceram  apenas 6.100 votantes a uma eleição tão importante para o partido...  como acreditar que a política vai resolver algumas coisa nesse país?

Parei para pensar e...  (O Pensador, de Rodin. - foto Jesus C. Castillo)


CRUZADA ELEITORAL (5)

Ontem rolou a prévia do PSDB para indicação do candidato do partido às eleições municipais em Outubro.  Porém essa novela, como todas as outras na política brasileira, não acabou, nada ficou definido. 

João Doria teve 43,13% dos votos,  Andrea Matarazzo teve 32,89% e Ricardo Trípoli 22,31%.   Como nenhum candidato levou 50% dos votos, haverá 2º turno em 20/03, com Doria e Matarazzo se pegando. 

E não adianta somar os votos de Matarazzo e Tripoli e achar que os dois juntos batem Doria no 2º turno.  Simplesmente porque apenas 6.216 filiados votaram. Isso dá menos de 25% do total.   75% dos eleitores não definiram seu voto, o que significa que ainda tem muita gente pra fazer o ponteiro virar pra lá ou pra cá no dia 20. 


Três tucanos e um caminho...  (foto:  passaros.com)
Ficamos nisso por ora, esquecendo que nem houve debate de ideias ou propostas.  Houve sim acusações pesadas entre os candidatos.   Depois vão tentar unir os caquinhos...

NÃO É POR AÍ... (34)

As estruturas do querido Teatro Municipal de São Paulo estão profundamente abaladas...

Não bastassem os escândalos administrativos investigados pela Promotoria Pública, envolvendo grave desvio de dinheiro, nesse fim de semana algo impensável aconteceu: o maestro John Neschling passou mal e desmaiou no palco, interrompendo o recital da Orquestra Sinfônica Municipal. 

Qualquer um pode passar mal durante a execução do seu trabalho.  Porém o motivo foi absurdo:  há meses o Teatro Municipal está sem sistema de ar- condicionado, devido ao furto do cabeamento externo do sistema.    Se o público sofre na platéia, e também os músicos no palco, é de imaginar que o maestro, que concentra no cérebro  toda a responsabilidade e no coração toda a emoção de uma obra sinfônica, seja quem mais sente a temperatura subir ás raias do mal-estar.  Não suportou...

Teatro Municipal abalado!  (foto: Sylvia Masini/ Divulgação - in guiadasemana.com.br)

Recital no Teatro Municipal ... sem ar condicionado... no país tropical?  Não é por aí...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

CRUZADA ELEITORAL (4)

O Carnaval se foi, 2016 começou, mas a política ainda não pegou no breu.  Nem em Brasília (atolando o país), nem na Paulicéia...  Por aqui a coisa segue morna (talvez o barulho comece a partir da prévia do PSDB, definindo seu candidato daqui a alguns dias).

Ou já esquenta agora, quando o prefeito Haddad começa a procurar holofotes, dando entrevista ontem a Josias de Souza, blogueiro do UOL (leia AQUI), e hoje à Rádio Estadão (ouça AQUI).  No primeiro se lê detalhes da visão do prefeito sobre o momento político.  No segundo, apesar dos entrevistadores "peso pena", pegando leve, ouvir o prefeito é sempre interessante, porque...

Haddad em entrevista a Josias de Souza., do UOL.  (foto: Lucas Lima/UOL)

Porque o prefeito é uma pessoa muito qualificada:  Graduado em Direito pela São Francisco, mestre em Economia, doutor em Filosofia, ele é quase um Obama daqui, com agilidade no raciocínio, discurso competente, eloquência digna de um acadêmico de ponta. Ele é bom, mas...  o dia a dia da política não é.  As armas mais duras e mais sujas são usadas no combate.  E já faz 15 anos que Haddad deixou o paraíso da Academia pra viver o pega-pra-capar da política...  O cachimbo vai deixando marcas, deformando a boca...   O intelectual puro precisa se adaptar pra sobreviver...  Mas como não ficar respingado com tanta coisa suspeita acontecendo em Brasília e na cúpula de seu partido?...

Nos duas entrevistas Haddad não definiu se é candidato à reeleição.  Imagino que, nos seus momentos mais encrencados, ele olha pros seus livros, olha pra sua família, pra sua bela mulher, suspira e pensa em voltar à "tranquilidade" de suas aulas na USP.  Não vai chorar se não se candidatar.  Não vai se matar se não se reeleger....  Não é carreirista e está longe de fazer da política a sua profissão...    Apesar disso, não demora pra confirmarmos sua disputa à reeleição. Ou não?